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sexta-feira, 12 de março de 2010

PSICOMOTRICIDADE RELACIONAL

A psicomotricidade relacional só pode ser através e por meio do corpo que se expressa, que se comunica, dialoga com o outro e consigo mesmo. A expressão corporal através da psicomotricidade relacional revela a agressividade e a afetividade da personalidade do sujeito e sempre através do movimento. A expressão, a afetividade, a agressividade, a comunicação, a corporeidade e o limite são conteúdos relacionais que permeiam a relação entre os corpos através dos desejos, das frustrações e das ações. Os corpos são vistos em interação com o meio, com o espaço, com os objetos e consigo mesmo.
EXPRESSÃO
Ela será incluída por meio das atividades com liberdade, mímicas, dramatizações e danças e irão facilitar a livre expressão da criança. É criar através da expressão o que se tem dentro de si, será realmente um esforço interior e facilitador da comunicação. A ação deve ser espontânea e uma manifestação natural, por livre vontade. Todo esse movimento só acontecerá quando o corpo conscientizar-se da pele, dos músculos e articulações, da respiração, da percepção sonora e quando o sujeito olhar o outro e conseguir ver a graça de cada gesto.
COMUNICAÇÃO
A expressão e a comunicação estão intimamente relacionadas. É através da comunicação verbal ou não verbal, que o sujeito estabelece as relações com os outros e os objetos. Se faz necessário o diálogo entre o aluno e o professor, assim poderão perceber, ver, sentir, falar e ver com o corpo, já que esse diálogo acontece pela comunicação e pela linguagem que cada corpo é e possui.
“se o corpo comunica, o indivíduo pouco a pouco descobre esse corpo e as ações que ele comanda”. Santin (1992.). “uma sensibilidade para ouvir, uma profunda satisfação em ser ouvido”. Rogers (1983)
AFETIVIDADE
É estimulante e fundamental em todo o desenvolvimento psicomotor e permanece pelo resto da vida. A afetividade só acontece se houver troca entre o sujeito e o outro e seus corpos deverão agir e corporar-se corporalmente. Para lapierre e aucouturier (1986) o principal material de expressão é o seu corpo.Para piaget (1986) existe um estreito paralelismo entre o desenvolvimento da afetividade e das funções intelectuais. Não podemos esquecer nunca que a afetividade é de extrema importância no desenvolvimento do sujeito. E é o elemento principal na relação desse sujeito com as pessoas (sejam elas educadoras, familiares ou terapeutas).
AGRESSIVIDADE
Desejar e não conseguir agir conforme o desejo, percebndo que há obstáculos e interdições é levar ao conflito. E conflito gera agressividade. A agressividade quando levada ao extremo, como às agressões e auto-agressões deve ser limitada. Quando ela é bem conduzida ajuda o sujeito a elaborar-se melhor para uma nova fase da vida e o faz crescer. Não devemos reprimir a agressividade pois pode-se levar à introversão ou à compulsão e um dia pode explodir. Devemos trabalhar a agressividade com objetos simbólicos e de representação simbólica.
LIMITES
É permitir e proibir. Mas também é o equilíbio. São percebidos pelos movimentos intencionais e de prazer. É fazer aceitar, compreender as restrições necessárias do meio. É ter o equilíbrio entre a permissão e o limite. Para aceitação não se deve impor suas verdades sem considerar as verdades do outro. Devemos desenvolver na criança organização, respeito, responsabilidade e trabalho em grupo. Mostrar segurança nas afirmações, sem contradições. Coerência entre as atitudes em todos os âmbitos. Repreender, demonstrar insatisfação pelo errado, dialogar, não gritar, nem nervosismos.
CORPOREIDADE
É toda ação corporal. Seu princípio fundamental baseia-se no corpo como presença do ser no mundo. É a qualidade do que é corpóreo (corporal).
COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
Permite ao sujeito trocar experiências e atuar verbal e gestualmente no mundo.
PERCEPÇÃO
Está ligada à atenção, à consciência e a memória. Os estímulos que chegam até nós provocam uma sensação que possibilita a percepção e discriminação. Sentimos, através do tato, da visão, da audição, do olfato e da gustação. Percebemos e realizamos uma mediação entre o sentir e o pensar.
Discriminamos, reconhecemos as diferenças e semelhanças entre estímulos e percepções.
(a discriminação nos permite ver as diferenças, cores, números, letras e etc).
COORDENAÇÃO
É instintiva e ligada ao desenvolvimento físico. É a harmonia dos movimentos e supõe integridade e maturação do Sistema Nervoso. Ela pode ser subdividida em: global ou geral (envolve movimentos amplos com todo o corpo e coloca grupos musculares diferentes em ação simultânea); visomanual ou fina (que engloba movimentos dos pequenos músculos em harmonia, na execução de atividades utilizando dedos, mãos e punhos); visual (refere-se a movimentos específicos com os olhos nas mais variadas direções).
ORIENTAÇÃO E ESTRUTURAÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL
É importantíssima no processo de adaptação do sujeito ao ambiente, já que todo corpo animado ou inanimado, ocupa necessariamente um espaço em um dado momento. Corresponde à organização intelectual do meio e está ligada à consciência, à memória e às experiências vivenciadas pelo sujeito.
RECONHECIMENTO CORPORAL
A criança percebe seu corpo por meio de todos os sentidos. Seu corpo ocupa um espaço no ambiente em função do tempo, capta imagens, recebe sons, sente cheiros e sabores, dor e calor, movimenta-se. O Esquema Corporal revela-se gradativamente à criança da mesma forma que uma fotografia, fica cada vez mais nítido, tomando contorno, forma e coloração. O conhecimento corporal abrange: a imagem corporal (representação visual do corpo, impressão que o sujeito tem de si mesmo); o conceito corporal (conhecimento intelectual sobre partes e funções) e o esquema corporal (que regula a posição dos músculos e partes do corpo).
LATERALIDADE
A princípio a criança não distingue os dois lados do corpo, num segundo momento, ela compreende que os dois braços encontram-se um em cada lado de seu corpo, embora ignore que sejam D e E.
5 ANOS = Aprende a diferenciar uma mão da outra e um pé do outro, em seguida, passa a distinguir um olho do outro;
6 ANOS = A criança tem noção de suas extremidades D e E e noção dos órgãos pares, apontando sua localização em cada lado de seu corpo (ex: ouvidos (orelhas), sobrancelhas, mamilos);
7 ANOS = Sabe com “precisão” quais são as partes D e E de seu corpo.

Postado por Marlene Silva
Graduanda de Pedagogia/ UNEB.

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